ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ESPECIAL DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 09-3-2010.
Aos nove dias do mês de março do ano de dois mil e
dez, reuniu-se, na Escola Municipal José Loureiro da Silva, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às dezenove horas, o senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos da presente Sessão, a qual teve como mestre de cerimônia o senhor
José Luís Espíndola Lopes, destinada a debater questões de interesse da
comunidade da região dos bairros Cristal, Glória e Cruzeiro. A seguir, foi
anunciada a composição da Mesa e o senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foram realizados
debates acerca de questões de interesse da comunidade da região, com pronunciamentos
de vereadores e de representantes de entidades da sociedade civil organizada.
Também, durante os trabalhos da presente Sessão, foram recebidas reivindicações
da população a serem posteriormente encaminhadas aos órgãos competentes por
intermédio da Ouvidoria da Câmara Municipal de Porto Alegre. Durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, João Pancinha, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Toni Proença. Às vinte e uma horas e oito minutos,
o senhor Presidente agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos.
Os trabalhos foram presididos pelo vereador Nelcir Tessaro. Do que foi lavrada
a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores
1º Secretário e Presidente.
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): (Lê.): “Sessão Especial da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, no uso de suas atribuições legais,
comunica, à comunidade porto-alegrense, a realização de Sessão Especial, dia 9
de março de 2010, às 19 horas, na Escola Municipal José Loureiro da Silva, sita
à Rua Capivari, nº 1999, bairro Cristal com a finalidade de debater questões de
interesse da comunidade da região. Gabinete da Presidência, 22 de fevereiro de
2010. Ver. Nelcir Tessaro, Presidente.’’
Convidamos para compor a Mesa desta Sessão os
Vereadores Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, João Pancinha, Sebastião Melo, Toni Proença, Reginaldo Pujol.
Registramos as presenças dos Srs. Sandro Chimendes,
Presidente da UAMPA; Engenheiro Irineu Dorneles, representante do Departamento
Municipal de Água e Esgotos; Adelino Lopes, representante do Departamento
Municipal de Limpeza Urbana - DMLU.
Com a palavra o Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Boa-noite a todos, quero cumprimentar todos os
Vereadores presentes nesta noite de chuva. Eu entendo a dificuldade de as
pessoas saírem de suas localidades. Esta Sessão reúne a comunidade da região
Cristal, Cruzeiro e Glória, e sabemos que a localização não ficou boa para o
pessoal do Cristal, principalmente do Socioambiental, comunidade que também
está solicitando uma audiência pública. Nessas Sessões, nós estamos trazendo a
Câmara e os Vereadores à comunidade, para que possamos substituir as audiências
públicas e não discutir um tema específico, mas todos os temas da comunidade.
Por isso é muito importante a participação das lideranças aqui presentes. Eu
quero agradecer à UAMPA, na pessoa do seu Presidente, o Sandro, que também
participa e é um dos atores que se empenharam para que esse evento se tornasse
realidade e para que a Câmara, cada vez mais, fique mais próxima da comunidade.
Assim,
damos início a esta Sessão, passando a palavra ao Sr. Ademar Morales Pinheiro,
Presidente da Associação de Moradores do Jardim Ipê/Glória.
O SR. ADEMAR
MORALES PINHEIRO: Srs. Vereadores e Sr. Presidente da Câmara,
boa-noite. Eu represento a Associação de Moradores do Jardim Ipê/Glória. Nós
viemos reivindicar, junto aos senhores, o cumprimento da palavra que o Prefeito
José Fogaça nos deu, na última reunião do OP, na Glória, quando disse que
compraria essa briga conosco, para que ninguém fosse posto na rua. Agora, a
gente recebeu a ordem do Sr. Juiz, para que mil e trezentas a mil e
quatrocentas pessoas famílias sejam postas na rua ou na calçada, se não tiver
para aonde ir. E até agora a gente procurou (Inaudível.) E a gente precisa
desse apoio, que ele disse que nos daria, para a gente ver se cancela essa
ordem do Juiz, ou que ele nos dê o prazo de um ano, um ano e meio, para,
segundo o DEMHAB, que sejam feitas moradias para essas pessoas e seus filhos
que hoje estão com ordem de despejo, que são trabalhadores e sabem que lá a
gente não ficará. Mas estamos aqui pedindo que a documentação da área, que
DEMHAB diz que tem para nós, seja apresentada para a gente apresentar uma
defesa ao Juiz, para que ninguém vá para a rua. Então, a gente pede aos Srs.
Vereadores, ao Presidente da Câmara que interfiram, junto conosco, neste
mandato, porque é um ano eleitoral, portanto os únicos que a gente pode pedir
são os senhores, para que essas pessoas não vão para rua.
Agora, vocês imaginem mil e trezentas, mil e
quatrocentas pessoas, como foi a ordem do Juiz, para pôr na calçada – haja
calçada! Nós somos ocupantes de lá, algum direito nós devemos ter, e nós viemos
aqui procurar os nossos direitos. Esperamos ser atendidos, e que o Sr. José
Fogaça cumpra a palavra empenhada que nos deu na última reunião do OP, e que o
DEMHAB apresente aos nossos advogados, Dr. Luciano Becker e Dr. Rodrigo Leal,
essa documentação, para que a gente possa recorrer e segurar até o prazo que o
DEMHAB nos colocou e que, para essas pessoas que aqui estão, as casas estejam
prontas, para que elas não fiquem na rua, como o Juiz determinou ao 19º
Batalhão da Brigada Militar, com o Comandante Major Gelson.
Quero agradecer aos senhores, muito obrigado, e a
gente aguarda que o retorno seja nos dado, porque nós estamos com o prazo
curto, até dia 12 de abril. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós queremos agradecer as palavras do Ademar.
Queremos explicar como vai ocorrer a Sessão: as lideranças das comunidades vão
falar, e aqui, hoje, trata-se de uma Sessão da Câmara. Não vamos utilizar esse
instrumento para discutir Governo A ou B, sim ou não. Nós queremos aqui ouvir a
comunidade, os seus problemas, como os que o Ademar relatou – ouvir a
comunidade. Todos os Vereadores, posteriormente, vão se manifestar, por isso
queremos saber dos problemas, para poder, o conjunto dos Vereadores, levar ao
Executivo as reivindicações e poder trazer uma solução. A Ouvidoria pública
está aqui instalada para problemas pontuais, há uma ficha que deve ser
preenchida sobre problemas de ruas, de água, de luz e iluminação, de esgoto,
vocês podem se dirigir à Ouvidoria, naquela mesa, preencher a ficha e relatar
os problemas pontuais de cada um, aí eles serão encaminhados, e assim traremos
e buscaremos a solução.
Eu gostaria de convidar o Ver. DJ Cassiá para fazer
parte da Mesa e demais Vereadores que estiverem presentes, também o Ver. Nilo
Santos - o Ver. Comassetto já está aqui na Mesa.
Então, de imediato, queremos passar a palavra para
o Michael Santos, Presidente da Associação dos Moradores da Associação
Tronco/Postão.
O SR. MICHAEL
SANTOS: Senhoras e senhores, saudando o Presidente da Câmara de Vereadores,
Nelcir Tessaro, saúdo os Vereadores e também a comunidade presente aqui neste
ato tão importante, esta iniciativa tão nobre de fazer com que a Câmara esteja
mais próxima dos problemas do bairro, saindo da sua sede e vindo para as vilas,
vindo para as regiões para ver, realmente, o sentimento dessa população que
aqui, como nós, sofre com o problema da saúde.
Ver. Tessaro, recentemente, eu tive o prazer de
participar de um debate com o senhor sobre o tema da saúde, pela TVCâmara. Foi
levantada lá uma série de questões relativas ao atendimento do nosso posto de
saúde da Cruzeiro, o Postão, o atendimento precário da emergência, em que as
pessoas têm que esperar até cinco horas ou mais para o atendimento pediátrico
de emergência, a criança pode chegar com 40 graus de febre, tiram a febre, dão
um “antibióticozinho” e aí elas sentam e esperam cinco horas - uma situação
grave que vem se arrastando.
Os PSFs aqui da região: cinco, seis ou sete fichas
por noite. As pessoas, às vezes, vão às duas, três horas da madrugada para as
filas, para serem atendidas e voltam frustradas por não conseguir atendimento.
E essa questão da Saúde tem que passar a limpo. Aqui no Postão, recentemente,
houve um óbito, e o falecido ficou esquecido, ficou mais de 24 horas numa capela
que tem lá dentro do Postão, esquecido, abandonado. Não dá para admitir, é um
descaso total com a Saúde! E a simbologia que tem o Postão para nós, que somos
daqui, que recebe tanta gente de fora da Cidade também para ser atendida aqui,
o Postão não pode ficar nesse abandono, nessa imundície, nessa sujeira que dá
vergonha de frequentar um posto de saúde desses, que era para ser um exemplo de
atendimento, de limpeza e hoje está abandonado!
Mas tem uma questão mais grave ainda: as obras da
Copa de 2014. A Cruzeiro vai ser atingida pela principal obra, segundo o
Governo da Cidade, que vai ser a duplicação da Tronco/Postão da Cruzeiro. E
para aonde vai o pessoal? Eu sou Presidente da Associação da Tronco/Postão, que
está se reunindo, tem uma comissão de habitação. Nós temos aqui o Paulo Jorge
Cardoso, que é presidente da comissão de habitação aqui da região, uma outra
comissão que está se reunindo, está produzindo propostas. E nós queremos ficar
aqui na região, Vereadores e Vereadoras, porque nós temos alternativas, a
comunidade tem proposta para construção verticalizada, tem áreas para venda,
aqui na região, que podem comportar muito bem toda essa população, sem precisar
deslocar o nosso povo lá para Belém Velho, Belém Novo, Humaitá, como tem sido
feito nas outras regiões.
Então, eu queria que os Vereadores aqui presentes
assumissem esse compromisso, Ver. Comassetto, de participar das comissões de
habitação, do Fórum de Delegados, discutir propostas, para que esse povo aqui
receba o respeito que é negado a eles, hoje, nesse debate das obras da Copa, e
que os Vereadores também assumam o compromisso de lutar junto à nossa
comunidade pela melhoria do atendimento do posto de saúde da Cruzeiro, em que
quase todos os médicos oriundos do INAMPS de 1978 estão se aposentando, tem só
um pediatra atendendo a todas as pessoas que procuram atendimento aqui no
Postão. Obrigado, bom debate para todos; e que o pessoal não se acovarde, abra
a boca, fale e cobre dos Vereadores da nossa região aqui presentes, para que
lutem pelas melhorias do povo sofrido.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Michael. Nós vamos ouvir, agora, a
Associação dos Moradores do Beco do Largo, Antonio Daniel de Oliveira.
O SR. ANTONIO
DANIEL DE OLIVEIRA: Boa-noite; dando boa-noite ao Presidente, dou a
todos. Eu queria falar sobre o DEP, sobre os problemas que nós temos lá no Beco
do Largo, porque qualquer chuvinha enche lá, e o pessoal, todo ano, promete e
não faz nada. E outra coisa: a região Cruzeiro está tomada de ratos, tem que
fazer um desratização total na região. É só isso, obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado. Queremos ouvir a Presidente da Associação
de Moradores da Vila Ecológica, Terezinha Pinheiro.
A SRA.
TEREZINHA PINHEIRO: Boa-noite à Mesa dos Vereadores e ao povo que está
aqui. Eu quero falar somente sobre a venda da Vila Ecológica, aqui no Morro da
FASE. Eu fui ajudada pelo Município ganhando a luz, água e esgoto, até porque o
Ver. Todeschini era do DMAE, e a gente conseguiu ajuda dele e ajuda do Governo
Federal.
Estamos apavorados. Tem quatro vilas ali, e ela
lançou um projeto vendendo a área sem solução para as vilas, sem dizer onde
elas iriam ser colocadas. Quinta-feira, temos audiência pública lá na
Assembleia, e eu tenho a dizer que eu queria uma ajuda do Município sobre isso,
porque também estamos ali sem saber o que eles vão fazer com as quatro
comunidades que têm na área da FASE. Eu não poderia deixar de pedir uma ajuda
para os Vereadores, para o Município nos apoiar também, nem que seja em alguma
coisa, já que as coisas que eu ganhei ali foram todas dadas pelo Município.
Era isso o que eu tinha a falar e quero agradecer a
oportunidade.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Terezinha Pinheiro. O Ver. Bernardino
Vendruscolo tem um compromisso logo em seguida, então ele fará uso da palavra
neste instante.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente Tessaro, demais Vereadores, quero
cumprimentar todos que estão aqui neste momento, que saíram de casa para trazer
suas reclamações com esperança de solução. Presidente Tessaro, demais
Vereadores, nós precisamos salientar, fundamentalmente, essa disposição de
estarmos aqui para ouvir diretamente a sociedade. É fundamental que vocês
entendam essa determinação da Câmara de Vereadores em estar aqui. Evidentemente que eu sou um Vereador da base do Governo, sou um
Vereador do PMDB, e gostaria que, na próxima reunião, em outra comunidade, nós
pudéssemos contar com a participação dos Secretários. Eu, se não me falha a
memória, vejo a representação do DMLU na pessoa do Adelino - não quero fazer
injustiça. Então é importante que os Secretários que compõem o Governo
participem. Com relação aos dois assuntos, tanto no da Habitação, teria que
estar aqui o Secretário da Habitação, como no que traz o Michael, sobre a
Saúde, teria que estar aqui o Secretário Substituto. E, dessa forma, nós vamos
citando como exemplo a necessidade de participarem os Secretários. O Governo é
composto de várias Secretarias, são Secretarias que têm uma orientação do
Executivo, mas que, de uma forma ou de outra, têm o seu trabalho independente,
daí a importância da participação dos Secretários. E eu finalizo, mais uma vez,
salientando a importância de nós estarmos aqui hoje. Para que vocês entendam
essa disposição, talvez, para muitos dos assuntos que venham a ser tratados,
nós não tenhamos condições de dar uma resposta, mas sairemos daqui com o
sentimento da necessidade, um sentimento coletivo, porque aqui, de uma forma ou
outra, estão representados todos os Partidos. Não estão todos os Vereadores, porque
assim como eu tenho um compromisso e preciso sair agora, outros colegas, com
certeza, também têm. Então, de forma muito fraterna, muito carinhosa, quero
cumprimentar todos que saíram de casa para estar aqui, e gostaria de dizer que,
da nossa parte, com certeza, os assuntos que forem abordados aqui serão
listados, e nós vamos fazer o possível para dar o encaminhamento devido,
salientando mais uma vez, e finalizo, a importância da participação dos
Secretários. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Ver.
Bernardino Vendruscolo. Eu quero dizer que nós enviamos ofícios, a Câmara
enviou ofício para todo o Governo comunicando esta Audiência. Eu vi aqui que há
representante do DMAE, do DEP, do DMLU e do DEMHAB. Isso é muito importante. Eu
quero também anunciar a presença da Verª Sofia Cavedon e do Ver. Carlos
Todeschini.
O próximo inscrito é
o Sr. Cesar Augusto Silveira, Presidente da Associação de Moradores Condomínio
Jardim Marabá.
O SR. CESAR AUGUSTO SILVEIRA: Boa-noite a
todos e a todas, quero, em primeiro lugar, salientar a coragem desta Câmara em
sair do seu prédio e vir até a comunidade, com o puro intuito de ouvi-la.
Quero, também, deixar um pedido, haja vista que a região que abrange os bairros
Glória, Cruzeiro e Cristal é uma região bastante extensa, e os problemas também
são muitos. Venho aqui também pedir que seja estudada a possibilidade de uma
próxima Audiência Pública no bairro Glória. Gostaria também de cumprimentar o
Presidente da UAMPA, Sandro, que é uma pessoa que desde o primeiro momento tem
se mostrado companheiro, tem nos auxiliado na questão da documentação da
Associação e foi a primeira pessoa que me falou da ideia de provocar a Câmara
de Vereadores para estar dentro das comunidades. Parabéns, Sandro. (Palmas.)
Srs. Vereadores, senhores presentes, eu gostaria de, em primeiro lugar,
salientar que, por várias vezes, tanto a Comissão de Direitos Humanos e Defesa
do Consumidor da Câmara de Vereadores como a CUTHAB estiveram ao nosso lado,
buscando regularizar a nossa situação junto aos proprietários e à Prefeitura.
Então, não somos parceiros de hoje – não é, Ver. Comassetto, Ver. Todeschini?
-, somos parceiros de várias épocas. Quero também salientar que houve uma
negociação, no final de 2007, em que os proprietários retiraram a ação de
reintegração de posse, vejam bem, contra os moradores, e entraram contra a
Prefeitura, pedindo desapropriação direta. Nós, por outro lado, através do
Presidente da CEDECONDH, propusemos a troca da área por índice construtivo.
Então a Prefeitura, através do DEMHAB, do DMAE e de outras Secretarias,
comprometeu-se, e temos documentos que podem comprovar, através de seus
Secretários, várias questões; uma delas o envio do Projeto decretando a área
como Área Especial de Interesse Social, isso em 11 de dezembro de 2007. Segundo
Projeto, o projeto urbanístico da comunidade, em 11 de dezembro de 2007.
Terceiro, levantamento topográfico. Pasmem, senhores, estamos em 9 de março de
2010, e a única conquista real foi a retirada da integração de posse por parte
dos proprietários. Por parte da Prefeitura Municipal, só conseguimos o
levantamento topográfico, porque em 2008 mobilizamos a comunidade e a levamos
para a frente da Prefeitura por três vezes, forçando o então Diretor do DEMHAB,
Dr. Nelcir Tessaro, a nos receber. Foram feitos vários acordos e nenhum deles
foi cumprido. Temos ali um calhamaço de documentos pedindo explicação do
Executivo por que esses acordos não foram cumpridos. Simplesmente não temos uma
resposta sequer. Ou seja, é muito importante, Sr. Presidente, Nelcir Tessaro,
que o senhor venha a oportunizar que todos os líderes comunitários tenham voz e
venham não para cobrar dos senhores, mas para buscar parcerias com os senhores,
independente de cor, porque a nossa bandeira é uma só: a comunidade do Jardim
Marabá.
Quero também
salientar que, em dezembro do ano passado, o então Presidente da Associação
veio a falecer - acometido de uma doença ruim, não cuidou da saúde -, mas nos
deixou vários exemplos. Um dos exemplos que ele nos deixou foi a abnegação.
Muitas e muitas vezes, o Everton passava o dia no Centro, com fome, às vezes ia
e voltava a pé, lutando pela comunidade. Cabe a nós dar seguimento à sua luta.
Fomos eleitos dia 15 de novembro do ano passado, não tivemos opositores,
porque, hoje, estamos construindo uma agenda positiva dentro da comunidade, com
todos aqueles que não foram nem vencidos, nem derrotados, mas que participaram
e tiveram, cada um deles, mais de 100 votos. E nós, como presidência, queremos
respeitar, sobretudo, os mais de 100 votos que cada um deles teve, e estamos
montando uma agenda positiva, estamos conversando, estamos buscando um
entendimento, estamos buscando a pacificação dentro da nossa comunidade, não
fracionando, não dividindo, mas, sim, unindo em prol dos interesses da
comunidade. Seria isso. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado,
Cesar. Todos os Vereadores aqui presentes querem se somar à tristeza pelo
falecimento do Everton, porque ele era um líder comunitário que estava presente
na Câmara de Vereadores, sempre com todos os Vereadores e sempre encaminhou a
solução do problema do Jardim Marabá trabalhando, enfim. Agora, felizmente,
temos outro líder, e que ele possa também dar seguimento ao trabalho nos mesmos
moldes do Everton, que nos deixou.
A próxima inscrita é
a Andréia Almeida, Conselheira da Região Cristal.
A SRA. ANDRÉIA ALMEIDA: Boa-noite a todos,
parabéns aos Vereadores, porque hoje em dia o que a gente quer, realmente, é
coragem, que os Vereadores deem “a cara à tapa”, venham nas comunidades e
escutem as nossas reclamações. Às vezes, a gente, que mora na vila, não tem
muito vínculo partidário e fica difícil ir até lá.
Eu quero falar sobre
três assuntos, representando o Cristal: primeiro, o famoso Socioambiental, que
nasceu aqui na região, na gestão anterior, passou para essa outra gestão, e a
nossa preocupação é que as coisas estão demorando muito. O que a gente quer? A
gente sabe que o banco ainda não repassou o dinheiro, só que a Prefeitura tem
dado muito pouco para realmente o processo andar. Quanto ao escritório que está
aberto ali na Campos Velho, ali tem um pessoal trabalhando, não tem respaldo.
Por exemplo, as pessoas estão escolhendo casas, há todo um trabalho de escolher
a casa, encaminham para lá, e o que acontece? A demora é tanta para avaliar que
as pessoas acabam perdendo. Eu conheço casos e casos em que isso aconteceu. O
que falta? Engenheiros para fazer as avaliações. Eu não acredito que dentro de
uma Prefeitura tão grande eles não possam realmente ceder engenheiros para
fazer essa avaliação em tempo integral. Quando um processo é aberto e vai para
o DEMHAB para fazer avaliação, está demorando em torno de 30 dias. Então,
calcula-se o que uma pessoa leva até concretizar o seu negócio. A situação ali
está cada vez pior. Por exemplo, na Nossa Senhora das Graças, que é a maior
comunidade, é como diz a Jurema: “Só um cachorro fazer um xixi no poste que já
está alagando.” Então, realmente, está muito difícil. O que a gente quer é que
essa Gestão realmente faça o Socioambiental andar. A gente brigou, a gente
apoiou, mas a gente tem o direito de cobrar também. Está muito ruim.
O segundo ponto
também é cobrar da Prefeitura, dessa atual Gestão, acho que posso dizer que há
até uma falta de interesse, porque, dentro do Cristal, nós temos um projeto, o
CTSA, a Prefeitura deu a arrancada, dando-nos apoio, e agora simplesmente fomos
abandonados. O prédio está comprado, não conseguimos o dinheiro para fazer a
reforma, não conseguimos fazer nenhum convênio com a Prefeitura. É um lugar
onde a gente tem espaço para fazer cursos, e eu até faço um convite aos
Vereadores que não conhecem esse projeto no Cristal para que vão lá conhecer o
prédio, que se apropriem daquilo ali e que, de repente, nos ajudem, porque
aquilo ali está realmente precisando de um “pai”. Uma vez eu disse, numa rodada
do Orçamento - até não gostaram muito -, que quem estava levando isso adiante
era a Governança. Depois que o pessoal do Toni saiu de lá, eu disse: “A
Governança está desgovernada,” porque ninguém consegue tocar as coisas adiante,
um empurra para o outro. Eu não sei se o Ver. DJ Cassiá está aí, isso é uma
questão política, mas eu vou ter que dizer, porque, a partir do momento em que
a região pode ser prejudicada, eu não tenho como ficar de boca fechada. A gente
sabe que, politicamente, cada gabinete tem os seus CCs, e eles estão para nos
ajudar, ajudar o Vereador a vir para a comunidade e nos dar um apoio. Só que o
que está acontecendo? Estamos sendo prejudicados, sim, como CROP da região.
Quando vem um CROP para a região, que se apropria dos problemas, que conhece a
região em seu todo, o que fazem? Tiram o CROP da região, vem um novo CROP, e
até a gente conseguir fazer eles entenderem como funciona, quais são os
problemas, quem é quem, o que está pegando, o troço vai longe. E ontem nós
tivemos a notícia de que, simplesmente, o nosso CROP vai ser trocado de novo. E
eu tenho informações de que o gabinete do Ver. DJ Cassiá funciona assim, num
rodízio de funcionários. O que ele faz no gabinete dele não me diz respeito,
mas, a partir do momento em que esses CCs vão começar a fazer rodízio dentro da
região, nós não vamos aceitar. Nós estamos fazendo um movimento e, independente
de ser a pessoa do Mario ou não, queremos que a pessoa permaneça, porque, se já
está ruim hoje, se a gente já não está conseguindo acesso às Secretarias,
porque as próprias Secretarias não conseguem conversar entre si, imaginem se
começarem a fazer rodízio de CROP. Era isso, obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero convidar
para fazer parte da Mesa o Presidente da UAMPA, Sandro Chimendes, porque a
UAMPA é parceira da Câmara para toda essa mobilização e preocupação com as
vilas de Porto Alegre.
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Gostaríamos de registrar
a presença do representante da SMED, Sr. João Batista Pereira; do representante
do DEP, Sr. Marco Martins; do representante do DEMHAB, Agente Comunitário
Carlos Elói Lima Padilha; do ex-Vereador e líder comunitário Luiz Negrinho; da
Delegada Vivian Nascimento, da 20.ª Delegacia de Polícia; da Delegada Adriana
da Costa, da 2.ª Delegacia de Polícia; da Gerente Distrital de Saúde, Srª Lori
Maria Gregory; do Coordenador Adjunto de Defesa Civil, Paulo Marques.
Informamos a todos que as 12 inscrições para manifestações já estão
preenchidas, então as pessoas que tiverem ainda reivindicações, por favor, se
dirijam à Mesa da Ouvidoria e as façam por escrito.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Dando
continuidade às manifestações das lideranças de comunidades aqui presentes, o
Sr. Lauro Rossler, consultor do Clube de Mães do Cristal e Delegado do
Orçamento Participativo, está com a palavra.
O SR. LAURO ROSSLER: Boa-noite, minha
saudação a todos os presentes que saem de um dia de trabalho e vêm para uma
reunião destas, representando um número significativo de pessoas da região.
Quero saudar os componentes da Mesa, as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores presentes, tendo à frente o Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, e demais integrantes da Mesa desses nobres Vereadores,
dentre os quais eu tenho alguns amigos. Antes de ter sido Conselheiro do
Orçamento Participativo e do Conselho do Plano Diretor do CMDUA, eu sou
cidadão, morador do Cristal há 35 anos. Então, principalmente, eu quero falar
como cidadão que sente no dia a dia, na pele, no visual, na locomoção por este
bairro, para acessar este bairro, sair deste bairro, as dificuldades que temos
cotidianamente. São muitos os problemas da região do Cristal, da Cruzeiro, da
Glória, mas eu vou me deter, especialmente, em apenas dois itens, e quero ser
breve. Um é o da habitação e o outro é do saneamento básico. Para o meu gosto,
o saneamento básico e a habitação, para serem equacionados aqui no Cristal, na
Cruzeiro e na Glória, tinham que ter um impulso mais forte e uma dedicação mais
forte, não só do Executivo como também dos Srs. Vereadores. Com relação às
questões ambientais que abrangem principalmente o bairro Cristal, o arroio
Cavalhada, eu convivo com isso há mais de dez anos. Nós iniciamos, a primeira
reunião que tivemos foi na Casa de Nazaré, com a Irmã Conceição e algumas
pessoas que estão aqui hoje presentes. Passaram-se mais de dez anos, e ainda
nós vemos esse projeto, no meu entender, um tanto lento, com ele haveria também
a solução de essas pessoas que moram mal no Cristal, que moram nas encostas do
morro, na Glória e nas encostas do Morro Santa Teresa terem a
chance e a oportunidade de morar de maneira mais condigna.
O segundo ponto que quero abordar é o da questão
viária. E tenho, em todos os fóruns, em todas oportunidades, entrevistas em
televisão e jornais, me reportado a isso. A questão viária aqui na nossa região
está cada vez mais caótica. Vejam bem, aqui no bairro Cristal, nós só temos uma
saída para o Centro, através da Av. Pinheiro Borba, que está totalmente
saturada. Nós temos que ter uma saída do bairro Cristal. Com este
empreendimento do BarraShoppinSul, do Gigante da Beira-Rio, com os campeonatos,
e agora com a Copa do Mundo, que se avizinha, nós temos que ter uma saída para
o Leste e para o Norte. E, para essa saída, só podemos contar com a Av.
Cruzeiro do Sul, que está prevista desde o primeiro Plano Diretor, que está
fazendo 51 anos – foi em 1959 -, portanto, há mais de meio século. Essa Av.
Cruzeiro do Sul está prevista, inicialmente, com a largura de 45 metros. Nós
verificamos que, ao longo do trajeto que seria a Av. Cruzeiro do Sul, que
ligará o bairro Cristal ao bairro Medianeira, passando pela Grande Cruzeiro,
temos extensas áreas ainda disponíveis para, realmente, dotar Porto Alegre de uma
avenida moderna.
No ano passado, eu fiquei bastante animado com a
questão da Copa do Mundo, que se falava muito na Av. Tronco, que seria uma das
prioridades do PAC, mas, virou o ano, não tenho ouvido falar mais. Não sei se
está morrendo. Se não morreu total, está como moribundo. E parece que não se
fala mais na Av. Tronco.
E vejam bem, que essa Av. Cruzeiro do Sul, como
toda a avenida, teria que partir do rio para dentro. Ela teria que começar aqui
no bairro Cristal, porque já estão configurados os cem metros na confluência do
Arroio Chuí com a divisa. Então essa avenida tem que ser projetada a partir do
bairro Cristal, porque os problemas mais sérios de trânsito são com o
BarraShoppinSul, outros empreendimentos que ainda virão e a questão da Copa do
Mundo, para me deter nesses dois pontos.
Para encerrar, eu quero dizer que a questão viária
tem que ser olhada com carinho lá para a nossa Glória, para dotarmos o Pronto
Socorro Municipal, porque já faz uns sete anos – eu fui à sua inauguração – e
até hoje ele não funciona como deveria. Por quê? Porque tem um acesso caótico
que é a Av. Professor Oscar Pereira. Nós temos que encontrar uma saída para
ampliar a Av. Professor Oscar Pereira ou uma outra solução que dê acesso dessa
região aqui e também de toda Zona Sul ao Pronto Socorro Zona Sul, que será
instalado no Hospital Parque Belém, que ainda tem condições de atender a uma
extensa faixa da população.
Mais uma vez, saúdo os Srs. Vereadores, o Sr.
Presidente, meus amigos e todos os presentes, e digo que quero confiar que
essas medidas, como a que hoje nós vivemos, da aproximação do nosso Poder
Legislativo com o povo e com as comunidades, se repitam muitas vezes, que seja
uma norma para toda Legislatura. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Lauro. Eu quero pedir um pouco de
silêncio nas laterais, porque fica difícil de ser ouvido para quem está falando
na tribuna, porque o espaço do ginásio é muito grande. E também dizer para
aqueles que chegaram há pouco que nós temos a Ouvidoria funcionando, para que
as pessoas possam relatar os seus desejos, as suas reivindicações, onde está o
Ver. Reginaldo Pujol nesse local.
O Sr. Paulo Jorge Cardoso, Presidente da Amavitron
e Coordenador do Orçamento Participativo da Região Cruzeiro, está com a palavra.
O SR. PAULO
JORGE CARDOSO: Boa-noite, comunidade aqui presente; Vereadores de Porto Alegre;
Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Nelcir Tessaro, quero colocar que está
de parabéns a Câmara, pois não me lembro, nos meus 60 anos, de ver a Câmara de
Vereadores e a comunidade. Não me lembro! Lembro-me para pedir votos, mas para
vir dar Audiência Pública, não me lembro. Então, estão de parabéns os
Vereadores pela sua iniciativa de aproximar os Vereadores e a comunidade.
Mas também lamento por estar aqui hoje, Srs.
Vereadores, numa região da Cruzeiro e Cristal, que tem mais ou menos 120 mil
pessoas, e ver, aqui dentro, só 150 pessoas. Tem alguma coisa errada,
Presidente Tessaro. É a divulgação. Ontem, eu fiquei sabendo! Então, é
impossível ficarmos sabendo só ontem. E eu sou do Conselho do Orçamento
Participativo da região Cruzeiro, Presidente da entidade Amavitron da Cruzeiro,
tenho participação junto ao Governo e não sei de nada do que está acontecendo.
O CAR também não sabia. Então, Dr. Tessaro, espero que - é um pedido meu aqui -
tenha outra Audiência, porque a Cruzeiro e o Cristal precisam dos Vereadores
presentes para discutir seus problemas, não uma meia dúzia, mas todos da
comunidade. Porque vai receber Copa aqui dentro, vai abrir a Cruzeiro, as pessoas
vão sair daqui e vão para onde? Nós estamos discutindo com o Governo e ainda
não conseguimos uma atenção para o pessoal da Tronco que vai sair, o pessoal da
Vila Maria, o pessoal da Mariano de Matos. Onde esse pessoal vai morar?
E pelo que estou ouvindo dos Vereadores, não vai
sair nada, nada. E só faltam três anos para começar a Copa, porque os quatro
anos terminaram, não é? E três anos para fazer isso aí, eu só vejo na imprensa.
Dinheiro tem. Onde estão os projetos, onde está o resto? Peço aqui aos Vereadores
eleitos, que fiscalizam a Cidade, para que resolvam esse problema de Porto
Alegre; o abandono da Vila Cruzeiro e do Cristal, entregue às multinacionais.
Está aqui o Pezzi, supermercado poderoso aqui dentro. Como um supermercado
entra na região e não passa por nós? Cadê a SMIC, que liberou esse
supermercado? Quer dizer, nós fizemos um trabalho para depois chegar o
empresário ganhar dinheiro e ficar rico. Isso que me preocupa nos meus 60 anos,
que estou me aposentando, vendo ainda falcatruas dentro do Poder Público, e eu
fico de boca aberta.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é só vocês
descerem e olharem, o pessoal da Tronco vão morar onde? Nós temos uma proposta.
Onde está o Dr. Goulart do DEMHAB, que deveria estar aqui hoje, para poder
discutir isso, ele é Vereador e Diretor do DEMHAB, porque nesta região têm que
ser construídos apartamentos.
Eu quero perguntar para a Câmara de Vereadores uma
coisa que aconteceu na Região Cruzeiro. Nos meus 60 anos, na Vila Cruzeiro não
podia ser construído edifício, como tem quatro edifícios aqui na Balvina, de onde saiu esses edifícios do CAR?
Estão escondidos. Gostaria de pedir para que os Vereadores viessem novamente na
região Cruzeiro, chamando a população e discutíssemos o que está acontecendo.
Também gostaria que o pessoal aqui presente falasse, porque é um momento de
falar aos Vereadores o que acontece. Por exemplo: a SMOV, que não faz mais
asfalto; o problema de alagamento, que é responsabilidade do DEP; o único órgão
da Prefeitura que funciona aqui dentro é o DMLU, porque o resto está capenga.
Então, os Vereadores têm a responsabilidade de cobrar do Prefeito e dos
Secretários.
Por isso eu parabenizo esta aproximação, sem
Partido, com comunidade, estamos de parabéns. É impossível nós, da comunidade,
trabalharmos sem as Secretarias, começarem as obras e não terminarem. O bairro
Cristal está abandonado.
Estou colocando essas questões aos Vereadores e à
Ouvidoria que está presente, para que o CAR pudesse ter mais atenção, já que o
CAR é a aproximação com a comunidade, para que possamos saber das coisas, para
que ele possa nos passar. Agora, é impossível uma Audiência com os Vereadores
aqui dentro, e eu só ficar sabendo ontem. E aí como vamos chamar a comunidade?
O pessoal da Troco aqui levanta a mão. O pessoal da Vila Cruzeiro levanta a
mão. O pessoal do Barracão. Jardim Europa. Orfanotrófio l, II, cadê? Santa
Anita? Não tem ninguém. Então, não é Audiência Pública, não é.
Eu pediria ao Presidente Nelcir Tessaro para rever
e, junto com os Vereadores, voltasse novamente para a comunidade Cruzeiro,
convocando a população para a Audiência Pública. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Só para esclarecer, no sábado circulou dois carros
mensagens em todas as ruas da Glória, Cruzeiro, Cristal, fazendo o chamamento
para hoje. Paulo Jorge, eu acho que temos, sim, que envolver mais o CAR, a
UAMPA que foi grande parceira, mas hoje foi a nossa primeira Sessão, aceitamos
a sua sugestão, e já convidamos para, no dia 29, a segunda Sessão pública
itinerante no Humaitá Navegantes, para discutir problemas daquela região. Com
toda certeza, neste ano nos veremos novamente aqui na região.
O Sr. Joaquim Aguiar Narcizio, aluno da Escola
Loureiro da Silva, está com a palavra.
O SR. JOAQUIM
AGUIAR NARCIZIO: Boa-noite a todos. Sou morador da Vila Cruzeiro e
gostaria de fazer algumas reivindicações: iluminação na frente da Escola;
segurança na saída da Escola; asfalto e calçamento das ruas da Vila Cruzeiro;
providência da Sanga da Morte na Escola; auditório para a Escola; mais transporte,
menos intervalo entre um ônibus e outro; calçamento e iluminação ao acesso da
Febem; devolução de bônus para moradia de Icaraí I e Icaraí II; melhores
condições de atendimento no postão de especialistas, tais como ginecologista,
psicólogo, etc. Essas são as minhas reivindicações aqui, como morador da Vila
Cruzeiro. Muito obrigado a todos.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Joaquim Aguiar. Apenas quero retificar:
eu disse dia 29, mas é dia 30 de março, no Humaitá-Navegantes, a próxima Sessão.
Esta é uma Sessão pública itinerante, uma Sessão da Câmara de Vereadores.
O Ver. Toni Proença tem outro compromisso, vai
representar a Câmara de Vereadores, ele solicita apenas uma antecipação.
O Ver. Toni Proença está com a palavra.
O SR. TONI PROENÇA: Ver. Tessaro,
Presidente da Câmara de Vereadores; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, lideranças da Glória, do Cruzeiro e do
Cristal, eu realmente vou representar a Câmara num outro evento, vou ter que me
retirar, mas não poderia passar por aqui sem dirigir algumas palavras a vocês.
Primeiro, quero agradecer aos que vieram; segundo, dizer ao Paulo Jorge, que me
antecedeu aqui, que é assim mesmo. Nós estamos fazendo, como ele mesmo disse,
uma inovação. Ele disse que, ao longo dos seus 60 anos, nunca viu a Câmara
fazer isto. Não é uma Audiência Pública, Paulo Jorge, é uma Sessão Especial.
Estamos tendo aqui hoje uma Sessão da Câmara de Vereadores, com grande presença
de Vereadores, e é a primeira vez. Da primeira vez, tudo é muito difícil, a
gente se atrapalha um pouco. Talvez a divulgação não tenha sido a essencial, a
necessária, mas, como explicou o Presidente Tessaro, houve divulgação. Eu acho
que deve haver, talvez, uma aproximação maior com as lideranças, com o CAR, bem
lembrado, para que a gente possa ter, nestas Sessões Especiais, o maior número
possível de lideranças e da população. Mas estou muito satisfeito, porque é o
meu primeiro mandato, e estou participando dessa inovação. Esta é a primeira
Sessão Especial de uma série de 17, na primeira rodada, que faremos em todas as
regiões do Orçamento Participativo. Portanto, vamos aprender ao longo da
caminhada. Então, acho que todos temos que ter um pouco de paciência para
aprender a construir, juntos, essa nova fase da Câmara de Vereadores, juntos,
presentes dentro das comunidades. Com isso, teremos Sessões em todas as
regiões. Depois teremos de novo e de novo, até que isso se torne uma rotina e
que se estreite essa distância entre aqueles que são eleitos por vocês para
representá-los na Câmara de Vereadores, unindo o cotidiano de vocês ao nosso
trabalho, à nossa atribuição na Câmara de Vereadores. Muito boa-noite a todos,
contem comigo e com nós todos, posso dizer assim, porque, a partir de agora,
isso aos poucos vai se tornar rotina. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Ver. Tessaro.
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Sr. Presidente, gostaríamos de
registrar a presença do Sr. Ivsen Gonçalves, representante da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Sr. José Álvaro Barreto Pereira, Presidente da
Associação Comunitária Icaraí I, está com a palavra.
O SR. JOSÉ
ÁLVARO BARRETO PEREIRA: Boa-noite, senhores; boa-noite, Presidente;
boa-noite à Mesa, boa-noite aos ilustres Vereadores e Vereadoras, além de ser
Presidente, faço parte de movimentos sociais e políticas públicas. Com isso,
tenho hoje mais de 14 funções e não recebo nada, porque sou um líder
comunitário. A gente faz políticas públicas pensando na exclusão, pensando
justamente naquelas pessoas que, muitas vezes, o Governo não tem acesso lá na
raiz. Nós moramos em vilas, nós temos o compromisso de levar a luta e a
oportunidade a todos.
Eu fiz um encaminhamento, e a Associação
Comunitária da Icaraí I oportunizou, por meio da Ouvidoria, um documento com a
logomarca, a logotipia dessa Associação.
Bem, senhores, como fazemos política pública, nós,
muitas vezes, recebemos reclamações de diversos setores: eu vou começar pela
comunidade da Zona Norte que me reclamou sobre uma questão a respeito do meio
ambiente que não está funcionando, mas aí eu tenho um questionamento, não só
sobre o meio ambiente, eu tenho um questionamento sobre o DEP, o DIP, enfim,
todas as Secretarias. Anotem, a grande verdade vai começar exatamente neste
momento, e eu quero explicação, porque realmente, de 2005 até agora, o Governo
que tinha 15 Secretarias, sendo que dessas 15 Secretarias, os fóruns de
participação, fóruns de serviço, apenas três, quatro ou cinco comparecem
representando praticamente as 15. Por exemplo, na EPTC, o Secretário Senna
agora vai voltar a estudar, mas nós estávamos, há muito tempo, pedindo a
abertura nos cantos das calçadas, para os cadeirantes; eles não aparecem; e no
foro de serviço que temos aqui e que está abandonado...
É interessante, desde que se iniciou a questão do
Governo – manter o que foi conquistado -, no ano passado, no Fórum, aconteceu o
quê? O abandono de Porto Alegre com o Orçamento Participativo. Em 2005, 2006 e
2007, foram colocados panfletos nos meios de comunicação, nos ônibus, etc. e
tal. Será que neste ano será feito? Com relação à Saúde, nós temos a questão da
Sollus, o assassinato do Secretário Eliseu Santos, a questão da Polícia
Federal, e qual é o esclarecimento que existe? Isso tem que ir a público, nós
queremos saber.
O mais importante entre todas as situações é o
seguinte: eu quero informar a toda a Região Cristal que o Pisa está sendo
investigado pela Polícia Federal, mas o Governo não vem nos falar nada, não vem
se reunir para dizer o que está acontecendo.
Mais ainda, para conhecimento de todos, não existe
o Projeto, desde 2005, do início das obras do Pisa, onde está? Eu não conheço,
e tenho certeza de que nenhuma liderança conhece a planta do Projeto. E quero
perguntar ao Presidente, neste momento em que ele pode falar, qual é a
fortaleza que está protegendo o Prefeito ou a Câmara de Vereadores? Porque é
uma desonra. Desde setembro do ano passado, nós encaminhamos uma Audiência
Pública, e ontem o senhor me disse que as audiências públicas estão proibidas
na Câmara de Vereadores. Isso eu acho um caos. Mas também há um outro fator, o
senhor não era Presidente da Câmara em 2008, porque nós fizemos Audiência em
2007, 2008, 2009, e iria acontecer agora, pois fomos proibidos. O que me disseram,
o que me informaram, é que, na Câmara de Vereadores, em audiência pública, não
há quórum, então eu quero aprender, para quando o meu povo, a minha Região me
cobrar, eu poder responder. E é respeitável. Agora, em 2008 – vou deixar bem
claro, é público -, dos 36 Vereadores, apenas três compareceram, e vou citar
agora os três: o Presidente Sebastião Melo; a Verª Sofia Cavedon, que está
presente; e o Ver. Todeschini; e os 33 senhores a Câmara recebe, e nós não.
Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu quero mencionar duas coisas: primeiro, eu quero
dizer para todos que aquela câmera fica filmando permanentemente quem está
naquela tribuna, e tudo o que está aqui está sendo gravado e será feita uma Ata
que será encaminhada ao Executivo.
Segundo, quero dizer que as audiências públicas
foram substituídas por esta Sessão Especial em que a Câmara está levando todos
os seus Vereadores na comunidade.
Será entregue a cópia do documento. Temos a
Ouvidoria presente, para a qual poderão se dirigir e fazer por escrito todas as
reclamações.
Próxima inscrita, Srª Jurema Barbosa Silveira, da
Região Cristal.
A SRA. JUREMA
BARBOSA SILVEIRA: Boa-noite, Ver. Tessaro, ao cumprimentá-lo,
cumprimento a Mesa. É lamentável que estas coisas aconteçam dentro de uma Reunião
tão importante para as regiões. Mas, ao mesmo tempo, quero dizer que eu vim
aqui para falar para a comunidade e também para os Vereadores, por isto eu
gostaria de ser ouvida. Como a gente era feliz e não sabia. A gente tinha
Secretários que nos atendiam, que nos respeitavam e que não faziam mudanças sem
antes consultar as lideranças, principalmente, a comunidade. Isso, hoje,
infelizmente, Ver. Tessaro, não existe mais. Nós temos, na Região Cristal – vou
falar pelo Cristal e pela Cidade como um todo – uma carência que está voltando,
de novo, na Educação. A Secretária Marilu foi uma pessoa que abriu as pastas,
fez renascer as creches que estavam paradas no tempo, foram construídas muitas
creches.
Agora, a gente está novamente esbarrando com
creches que estão no papel e que não saem. Isto é um problema para a Cidade. Se
a Cidade quer andar bem, Vereadores, a Educação tem que estar ótima, porque só
com educação, só com segurança para os nossos filhos, nós vamos construir.
Então, isto tem que ser revisto, sim, pelos Vereadores, pelos Deputados, pelo
Prefeito, como começar a voltar a trabalhar a Educação que está parada. A
construção das creches: nós temos três creches no Cristal; a da Vila Cristal,
desde 1992 está no papel, não sai! Entrou mais uma demanda de uma creche, não
sai! Como a gente vai trabalhar fora e deixar nossos filhos à mercê do
vandalismo de uma grande Cidade, como está Porto Alegre hoje?
Quero dizer que é lamentável quando largam, em uma
região, uma pessoa para trabalhar conosco, a gente lapida esta pessoa porque
entra ela lá, não conhece as pessoas, ela não conhece a comunidade, e a gente
faz um trabalho com ela, mas quando ela está pronta para nos atender, está
dando respaldo, alguém toma a iniciativa e tira esta pessoa de lá. Quero dizer
que a gente vai se movimentar na Região Cristal para a permanência do Mario. E
não é para “rasgar seda” para ele, é porque ele está fazendo um bom trabalho na
Região Cristal. Então, isso são coisas que a gente trabalha para a Cidade.
Colégio CMET - Centro Municipal de Educação dos
Trabalhadores Paulo Freire, é um colégio que atende a toda Grande Porto Alegre.
Aí, a Secretária da Educação deu a resposta de que não tem prazo para construir
aquele colégio porque ele atende pessoas adultas, pessoas de idade, pessoas
deficientes que aprendem uma educação. Então estamos lamentando a ausência da
Secretária Marilu, a ausência dos Secretários que a gente tinha, porque a gente
tinha uma Secretaria da Governança, na qual a gente era bem recebida e
atendida. Hoje, nada mais passa por esta Secretaria. Não sei nem por que ela
existe. Agora vou falar para a comunidade da União Santa Tereza, Vila Gaúcha,
um povo da Vila Cristal.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
A SRA. JUREMA
BARBOSA SILVEIRA: Depois que ele parar de falar, eu continuo. Muito
obrigado.
Eu achei uma falta de respeito por parte dos
Deputados com aquela comunidade, na quinta-feira pela manhã. Lotaram dois
ônibus para ir para lá, simplesmente para tentar fazer uma audiência pública,
Vereador. Meteram aquele pessoal em uma salinha pequenininha, e o pessoal tinha
uma angústia porque a casa deles está sendo vendida por um grande projeto.
Indigna-me quando dizem que aquelas áreas têm que ser vendidas porque é o
melhor pôr do sol de Porto Alegre, é a melhor vista que Porto Alegre tem. Pobre
não tem direito a isto? Respondam-me se pobre não tem direito a isto! (Palmas.)
Então, quando se trabalha em igualdade, esta
igualdade é parcial. Senhores Vereadores, é um apelo, olhem estas questões!
Olhem aquela área! Olhem aquelas três mil e seiscentas famílias que estão lá e
que não têm nenhum projeto habitacional, nem pela Prefeitura, porque as
lideranças que estavam lá foram aconselhadas a procurarem o DEMHAB para fazer
um cadastramento. Quer dizer, o Estado joga as pessoas, e o Município abraça
mesmo sem ter onde colocar as pessoas. A gente não trabalha contra o
crescimento de Porto Alegre, Ver. Tessaro, mas a gente trabalha, sim, a favor
da dignidade para todos. E, daqui a pouco, estão chegando as grandes empresas e
mandando os pobres cada vez mais para fora de Porto Alegre. Tem que dar um
basta a isso. Se é bom para o rico, tem que ser bom para o pobre. É um
desabafo, um desrespeito que foi feito com a comunidade, botar todo mundo em
pé, puxarem outras pautas que não tinham nada a ver com o que estava lá. Se a
pauta era para tratar da Audiência Pública, para tratar da moradia deles, isto
tinha que ser feito. Assim como está aquela obra lá no Estaleiro, que até agora
nós não fomos chamados para nos darem explicações sobre o que é que eles vão
fazer com aquele empreendimento, se ele vai seguir os critérios da consulta
popular.
Só para concluir, eu gostaria muito que tivesse
novamente uma Audiência, aqui, porque foi mal divulgada e que tenha uma em cada
região de Porto Alegre. Todas as regiões têm um problema diferente. Eu não vim
aqui para falar só da minha região, mas, sim, do que acontece dentro de Porto
Alegre. Antes, a gente tinha muita propaganda da Cidade Viva, hoje é muita
propaganda de cidade morta. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Jurema. Eu quero, aqui, anunciar que está
presente entre nós o Ver. Adeli Sell e dizer, também, que nós vamos, sim, fazer
Audiência Pública em todas as Regiões, esta Sessão Especial itinerante em todas
as regiões da cidade, em todas as regiões do OP, porque é muito importante
ouvir todos.
O Sr. Sandro Chimendes, Presidente da UAMPA, está
com a palavra.
O SR. SANDRO
CHIMENDES: Boa-noite, cumprimentando o Presidente Nelcir Tessaro, cumprimento
todos os Vereadores, para não nominar todos; meus companheiros Presidentes,
Lideranças Comunitárias; Presidentes de Clubes de Mães, boa-noite; membros da
minha Diretoria que estão me acompanhando aqui no ato, muito obrigado por terem
vindo conosco, o meu boa-noite; membros do Executivo que estão presentes, o
nosso muito boa-noite. Presidente Tessaro, estamos muito felizes, hoje, por
estarmos fazendo parte desta organização.
Nós, da União da Associação de Moradores, há 26
anos lutamos pelas conquistas da Cidade. Neste momento, quando sou o dirigente
maior da entidade, digamos assim, mas eu divido este espaço com todos os
comunitários, ficamos muito felizes por cumprir uma parcela do papel que nos
cabe, que é aproximar a Câmara da população. Este é o objetivo da UAMPA. Quando
fomos propor a parceria e a articulação conjunta foi para isso: trazer a
população ao encontro da Câmara e levar a Câmara ao encontro da população. Essa
é a parte que nos cabe aqui e, também, exigir e cobrar o que é direito nosso
por tudo o que já foi dito aqui: o direito à cidadania, o direito ao lazer, o
direito à democracia, o direito ao espaço que nos cabe.
Como eu já disse, eu não vou repetir de novo, mas é
bom frisar alguns detalhes. Tudo que se começa, como disse o Ver. Toni Proença,
tem dificuldade no início. Eu entendo que a Mesa Diretora tem que ter uma
reflexão interna nesta Casa e avaliar o conceito da Audiência, o formato da
Audiência. É claro que nós estamos prontos para debater juntos. Da mesma forma,
quero dizer que nós temos que pensar na descentralização da discussão. Nós
vimos, ao longo da visitação que fizemos nas últimas duas semanas, que as
características são totalmente desencontradas. Aqui no Cristal tem a
característica que já foi pontuada pelos dirigentes daqui; na Cruzeiro, da mesma
forma; e lá na Glória, ontem, estão lá os companheiros da Glória, também há um
outro formato. E não dá, Presidente, para a gente poder centrar este debate num
lugar só, porque, aí, a gente - que vive um movimento comunitário - começa a
botar para fora, começa a mostrar a angústia que a gente tem de debater. Mas,
Presidente, queria frisar muito mais. A UAMPA, nesta nova gestão, e já vinha
construindo isso, está fazendo um esforço de deixar muito clara a sua posição.
Nós gostaríamos que esta Casa entendesse que, daqui, tem que sair um documento
para ir para as mãos do Prefeito Fogaça. Que bom que os membros do Executivo
estão aqui apontando e ouvindo o que a população está reivindicando. Mas eu
acho que, para ajeitar a sintonia entre a Câmara, o Executivo e nós, tem de
sair um documento formalizado daqui. E este documento vai servir como base para
ter um diagnóstico das novas ações do segundo momento do Governo Fogaça. Eu
acho até, e a UAMPA está fazendo este debate internamente, que está chegando o
momento de fazer isso. Eu acho que nós podemos ajudar muito na construção da
Cidade, até porque eu quero lembrar aos companheiros que participaram do nosso
Congresso, que o nosso slogan do
Congresso era: Avanços e Desafios na Construção de uma Cidade para todos. E
isso nós vamos, com certeza, companheiros, fazer dia a dia, passo a passo. Eu e
a minha Diretoria temos nos dividido para visitar a cidade de Porto Alegre,
Ver. Nilo, para não misturar o OP, a Associação, o Governo e a Câmara. São
coisas totalmente diferentes.
Este espaço é para dizer isso, que aqui não é uma
plenária do OP, que bom que a comunidade se organiza para chegar na plenária do
OP e cobrar o seu direito, mas que bom que ela também se organizou hoje, para
vir aqui e mostrar para o Vereador que ela tem organização, tem articulação,
sabe o que está dizendo e sabe como fazer.
Então, Presidente, muito claramente, estou
colocando a União de Associação de Moradores na parceria e à disposição da
Câmara e do conjunto dos Vereadores e, da mesma forma, dos companheiros do
movimento comunitário. E aqui vamos fazer a propaganda institucional da nossa
UAMPA, ela está há quase 26 anos assentada no Mercado Público, no 2º andar, vão
lá visitar a UAMPA, vão conversar com a gente, vão levar a sua demanda. Nós também
queremos servir como instrumento para aproximar vocês, moradores e moradoras de
Porto Alegre, do Legislativo, do Executivo e, por que não, da iniciativa
privada.
Então é isso, Presidente, obrigado pela iniciativa,
parabenizo a todos pelo formato que estão colocando, mas eu acho que a gente
pode avançar mais. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Sandro. Quero também solicitar os seus
préstimos para fazer parte, permanentemente, do grupo que organiza essas
Sessões Especiais itinerantes, para que possamos atender a todas as
comunidades, todas as regiões. Também aqui quero antecipar, a Jurema já falou,
nós vamos precisar, sim, nós vamos fazer uma outra Audiência que atinja a parte
da Icaraí, a parte do Socioambiental, aquela parte que hoje não ficou atendida.
Eu vejo hoje uma presença maciça da Glória aqui, eu tenho certeza de que as
quatro ou cinco primeiras filas aqui são todas da Glória. Então, eu quero dizer
que a Glória está presente, porque é mais próxima, mas nós queremos atender a todas
as regiões.
Também quero anunciar que está conosco, aqui na
Mesa, o Ver. João Carlos Nedel.
Eu passo a palavra ao José Luís, para anunciar os
Vereadores que estão inscritos para suas falas.
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Passaremos agora a ouvir os Srs.
Vereadores. O primeiro Vereador inscrito é o Ver. Ervino Besson.
O SR. ERVINO
BESSON: Eu quero cumprimentar o Presidente, Nelcir Tessaro; cumprimento todos os
Vereadores, Vereadoras, cumprimento o Sandro, Presidente da UAMPA; e quero
incluir o Paulo Jorge, líder da comunidade. Com os cumprimentos ao Presidente
da UAMPA e ao Paulo Jorge, eu quero cumprimentar todos os Presidentes que estão
aqui, representado a sua comunidade; também a comunidade aqui presente, o
pessoal da imprensa, a nossa Polícia Civil, que também está aqui, acompanhando
esta Sessão. É importante uma reunião como esta, é extremamente importante.
Tudo o que foi dito aqui está gravado, e também tem a Ouvidoria para as pessoas
que querem reivindicar algo para as suas comunidades. Por gentileza, tem a
Ouvidoria, e nós estamos aqui para isso. Sabemos que existem problemas na
comunidade, e é importante que nós estejamos aqui, ouvindo as reivindicações de
vocês.
Eu falei no Paulo Jorge, vejam como as comunidades
também se preocupam com 2014. A primeira pessoa que se movimentou para fazer
uma Audiência Pública, meus colegas Vereadores, em que nós estivemos presentes,
foi o Paulo Jorge, aqui da comunidade. O salão estava cheio de gente, não era
aqui neste local, mas era noutro salão próximo, e isso é importante.
Eu só quero dizer para a nossa querida amiga, a
Dona Jurema, que a comunidade, este ano, vai receber a creche, está na
programação; este ano, a comunidade vai receber a creche. E quero dizer, Dona
Jurema, que este Governo já entregou 37 creches para os nossos queridos jovens,
esses jovens que são o nosso futuro, que vão nos substituir, 37 creches. E tem
uma programação, para 2010, de mais 15 creches no GT Creches. Eu acho que a
comunidade precisa saber disso, nós estamos aqui para isso. Nós estamos aqui
recebendo as reivindicações de vocês, mas também temos a obrigação de mostrar
para a comunidade que o Executivo Municipal está prestando esse trabalho para
construir as creches, para dar maior conforto, maior comodidade para as
pessoas, para o pai e a mãe que precisam trabalhar e deixar os filhos com
segurança. Portanto, é importante. Eu acho que a Câmara Municipal, numa reunião
como esta, se sente de uma forma muito acolhedora aqui para vocês, porque nós
estamos aqui juntos com a comunidade, ouvindo a comunidade e olhando nos olhos
de cada um, de cada uma de vocês.
Reuniões como esta nós vamos fazer em vários locais
de Porto Alegre, e todas as reivindicações, como eu já disse, estão sendo
anotadas. Nós estamos aqui ouvindo vocês, porque, se nós estamos na Câmara
Municipal, é porque a comunidade nos colocou lá, e nós temos a obrigação, nós
temos o dever de ouvir, e trabalhar com a comunidade. Esse é o nosso papel! Por
isso nós estamos lá na Câmara Municipal.
Portanto, eu quero dizer para vocês que nós
voltaremos aqui. A gente tem um trabalho, tem um trânsito muito familiar na
comunidade, não só este Vereador, mas outros Vereadores, a gente sabe as
reivindicações de vocês, como da Grande Glória e de outras comunidades que
estão aqui presentes. É por isso que nós estamos aqui. “Vamos fazer uma reunião
na Glória?” Vamos lá sim, vamos ouvir a comunidade, vamos ouvir sim! E tudo o
que foi dito aqui nós vamos analisar com muita responsabilidade, porque não
adianta fazer uma reunião aqui, ouvir as reivindicações e, depois, quando
terminar a reunião, chegar na Câmara e esquecer tudo, não é assim. Eu não penso
assim e tenho certeza de que muito menos os meus colegas Vereadores. É por isso
que o Presidente da Câmara trouxe esta reunião da Câmara para junto da
comunidade.
Quero dar a todos vocês um grande abraço pelo dia
8, Dia Internacional da Mulher. Olha, tem mais mulheres aqui do que homens.
Olha o que vocês representam hoje para recuperarmos a credibilidade, para
recuperarmos uma outra caminhada para este País, minhas queridas mulheres.
Recebam o meu abraço muito fraterno, muito carinhoso, muito amigo, pelo dia 8,
dia das nossas queridas mulheres. É por isso que nós estamos aqui, graças à
mulher que nos gerou. Então, eu tenho o maior respeito, a maior consideração
por vocês. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Elias Vidal está com a
palavra.
O SR. ELIAS
VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que se encontra neste
auditório, eu quero, em primeiro lugar, Presidente, parabenizá-lo, porque, sob
a sua orientação, estamos todos aqui. E esta atitude da Câmara, sob a sua
orientação, é uma atitude de respeito aos senhores, de sensibilidade e uma
atitude também de carinho, nós vemos com essa ótica.
Eu sou Presidente de uma Comissão, e, grande parte
do que foi falado aqui, passa por ela, que é a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. E compõem essa Comissão vários Vereadores: o Ver. Nilo,
o Ver. Pancinha, o Ver. Comassetto, o Ver. Ruben Berta e o Ver. Brasinha, somos
seis Vereadores. Essa Comissão tem trabalhado muito, e todos os Vereadores que
fazem parte dessa Comissão têm dado o máximo de si. Cada Presidente tem a sua
marca, cada Presidente, no que faz, procura fazer o seu melhor, em qualquer
presidência, quer seja da Câmara de Vereadores, quer seja das Comissões. O Ver.
Tessaro está imprimindo uma marca que eu espero que dê certo, que é essa
interação, essa combinação, porque sempre se diz: “Vereador ganha, se elege e
vira as costas. Quatro anos depois, está batendo na porta para pedir voto!”.
Isso todo mundo fala. E eu sei, como Vereador, o quanto a gente trabalha. Mas
eu acho que o mandato fica muito mais perfeito, Presidente, com essa
combinação: nós, Vereadores, junto com a comunidade. Eu estou gostando muito.
Eu até não viria hoje e discordo de um cidadão que falou aqui desta tribuna,
que deu a entender que aqueles que não vieram talvez fosse porque não tivessem
o que fazer - eu entendi, pelo menos. Os senhores viram que tem Vereadores que
vieram e já foram, porque foram para outros compromissos, e teve outros que
vieram de outros compromissos e chegaram mais tarde, mas vieram, como o Ver.
Nedel, o Ver. Adeli Sell e outros mais. Então, eu espero que essa experiência
dê certo, que essa marca, entre outras coisas que o Presidente Tessaro está
imprimindo, possa, com o apoio da comunidade, com o apoio dos Vereadores,
ajudar a resolver, de fato, os problemas. Isso aqui é uma Sessão da Câmara de
Vereadores. A Comissão que nós estamos dirigindo é uma Comissão que trata de
muitas questões de invasões, questões de habitação, questões de construção, de
plano de habitação, isso tem muito a ver com a nossa Comissão. As pessoas têm
nos procurado lá na Câmara de Vereadores, e nós temos trabalhado em comissões
ordinárias e em muitas comissões extraordinárias, muitas delas fora de horário.
Para os senhores terem uma ideia, em muitas plenárias, nós temos pedido licença
para a Câmara de Vereadores, para a Presidência, para acompanharmos demandas
urgentes lá na CUTHAB e em outros órgãos, como no DEMHAB, que têm exigido a
nossa presença.
Então, senhores, quero, junto com os demais
Vereadores, com a Presidência, colocar a nossa Comissão à disposição para realização
das demandas colocadas aqui, muitas delas com relação à habitação. Os senhores
podem procurar os gabinetes dos Vereadores Comassetto, Pancinha, Nilo, Brasinha
e do Ver. Elias Vidal, que estamos acostumados a esse tipo de demanda.
Precisamos nos somar aos senhores, acompanhá-los, para podermos saber por que
uma demanda que foi solicitada, que foi pedida pela comunidade em 2003, em
2005, não aconteceu. Então, a nossa Comissão vai se somar aos senhores. Essa é
a colaboração, é a contribuição deste Vereador, juntamente com a nossa
Comissão, a CUTHAB, para esta comunidade. Muito obrigado e espero que dê certo,
para que possamos chegar a um bom termo. Obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Boa-noite! Estão me escutando? (Pausa.) Este ginásio está muito
barulhento, ele não é muito apropriado para um diálogo tão sério, mas vamos
tentar nos entender. Eu queria cumprimentar todos os Vereadores, parabenizando
o nosso Presidente Tessaro pela iniciativa, mas frisar que, se a gente vem com
a solenidade de uma Sessão Especial, a gente tem que reconhecer que a Câmara
não parou de descer nas comunidades. Ano passado, estivemos numa Audiência
aqui, no Cristal, para tratar, exatamente, do Socioambiental. Eu sou uma
Vereadora de oposição ao Governo José Fogaça, sou do Partido dos Trabalhadores
e venho e me sinto aqui, Paulo Jorge, de alma lavada com a tua fala, tu que és
da base do Governo ou, pelo menos, disse que está trabalhando com o Governo.
São cinco anos que nós andamos nas comunidades, Ver. Nilo, escutando as
comunidades, e chegamos à conclusão de que, se a Câmara de Vereadores, que é o
Legislativo, faz um esforço para estar na comunidade, para cobrar medidas, para
escutar, para dar encaminhamentos, Ver. Ervino, muito diferente é a postura do
Governo José Fogaça, do Prefeito que está saindo para ser Governador, para se
candidatar a Governador. Não é um Prefeito que escuta, não é um Prefeito que
garante os seus Secretários nas comunidades, não é um Prefeito que dá
respostas, senão, eu não estaria há cinco anos, Jurema, correndo atrás para que
se reconstrua, Paulo Jorge, a Escola Infantil da Tronco, que deveria atender a
cento e poucas crianças, bebês, de zero a seis anos, e que há cinco anos está
numa casa alugada, atendendo à metade do número de crianças. E nós fazendo mil
e uma reuniões, a comunidade, as mães, e não tem resposta desse Governo.
Se esse Governo escutasse, não estaríamos assim; se
escutasse, a Vila Hípica não estaria até hoje esperando a creche que responde a
duas demandas inscritas no Orçamento Participativo há mais de cinco anos. Não
fosse assim, não estaríamos tendo notícias da Copa, mas as notícias da Copa são
todas para encher os bolsos de grandes empresas que vão construir grandes
espigões na Cidade, e não tem resposta para os problemas comunitários, de
habitação, de duplicação da Tronco. Mas os espigões vão sair ali no bairro
Azenha, lá no Humaitá, onde terá uma Audiência Pública, para ganharem muito
dinheiro. E a população não tem mais programa habitacional, não tem mais
asfalto. O Paulo Jorge falou aqui que o Secretário de Obras disse que não tinha
como fazer mais novas ruas, que só fazia remendos. E os remendos, aquelas
recapagens, são para os seus amigos, para fazer clientelismo. O Orçamento
Participativo virou isso, um desrespeito ao que esta Cidade tinha construído.
Era pelo OP, por decisão da comunidade que saiam as obras, e agora se faz para
os amigos, na governança, no ajeite, no jeitinho. E é por isso que o Cristal, a
Glória, o Jardim Sabará – eu estava lá na frente da Prefeitura com o Jardim
Sabará que, até agora, está esperando seu direito à terra, à sua dignidade, à
creche, à creche do Sabará, que vai sair no Obino. Eu poderia listar muitos
problemas, mas eu quero falar de um, que é muito sério, o que a Jurema trouxe
aqui: pobre tem direito à Cidade. Os pobres construíram o Cristal, a Glória, e
porque valem muito esses terrenos, a opção deste Governo é tirar dos pobres e
vender para os ricos, para ganhar dinheiro. É o que querem fazer com a FASE e
aqui há tantas comunidades que ocuparam esses terrenos, porque não tinham
moradia, e nós vamos resistir junto com essas famílias para que não vendam
esses terrenos. Esses terrenos, sim, e esse pôr do sol, sim, são direitos da
população pobre. Nós brigamos para que o Pontal do Estaleiro não tivesse
edifícios, porque os pobres têm que enxergar o Guaíba, têm que chegar à beira
do Guaíba, têm que voltar a tomar banho de lago.
Mas esta Cidade, com o Prefeito Fogaça, está sendo
entregue para os grandes, como é o Auditório Araújo Vianna, como vai ser o Cais
do Porto, para os grandes, para as multinacionais e o povo pobre esperando,
gritando, manifestando-se e tendo que sair para a periferia. Nós não aceitamos!
A Câmara de Vereadores está aqui para ouvir. Mas que fique muito claro: o
Executivo, o Prefeito Fogaça, que está indo embora, fez desta Cidade um lugar
que não era assim; era um lugar de respeito pela população, e, hoje, é uma
ausência de Governo.
Então, democracia, Ver. Nilo Santos, é para ouvir a
diferença, tem que ter condição de ouvir a diferença, e é uma pena que esta
Cidade já escreveu no mundo o nome Porto Alegre pela participação direta e pelo
poder popular! E esse poder popular está sendo usurpado por este Governo. A
Câmara vem aqui, Ver. Nelcir Tessaro, tentar reconstituir e a Câmara está de
parabéns. Agora, temos que exigir que o Executivo respeite o povo de Porto
Alegre! Obrigada pela presença de vocês. (Palmas.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): A Verª Fernanda Melchionna está
com a palavra.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Boa-noite a todas e a todos, da Glória, da
Cruzeiro, do Cristal; os Vereadores presentes, queria dizer que tenho certeza
de que quando o Ademar, o Michael, o Antônio, a Terezinha, a Jurema, todas as
lideranças e Presidentes de Associações falaram nesse microfone, esperavam um
encaminhamento concreto ou respostas concretas aos seus problemas. Por que digo
isso? Para ficar claro que, apesar do convite às Secretarias, infelizmente,
nenhum Secretário de Estado está aqui para ouvir a comunidade. Sei que os
assessores estão presentes e que vão levar as demandas, mas é diferente. Quando
aqueles que estão representando as Pastas importantes vêm aqui, sentem a pressão,
o debate, ouvem a comunidade e podem, inclusive, dar respostas. Responder por
que 60% do que é votado no Orçamento Participativo da nossa Cidade não é
executado? Por que, quando a comunidade quer saber da sua inscrição no programa
Minha Casa, Minha Vida, não há uma lista oficial para saber em que numeração
estão os inscritos, como a D. Jurema e o Sr. Lauro? Ou para saber por que,
apesar das várias linhas de ônibus, espera-se 40 minutos na parada – e sei como
é, porque também pego ônibus – e mesmo assim, ano após ano, o preço da passagem
sobe mais que a inflação? Por que o valor de 2 reais 45 centavos, que cada um
que está aqui paga, teve o aval do Prefeito para beneficiar os empresários do
transporte coletivo, Verª Sofia, que fazem de tudo para lucrar em cima da
população? Esses empresários que estão querendo construir no Pontal, no Cais da
Mauá - como bem falou a Vereadora -, enquanto o povo pobre do Chocolatão está
sendo mandado lá para a Av. Protásio Alves nº 10.000, longe de qualquer
possibilidade para trabalhar? Ou aquelas mil e trezentas, mil e quatrocentas
pessoas lá do Ipê-Glória – como falava o Sr. Ademar - que estão sob ameaça de
despejo? Que Cidade é esta?! Que Prefeito é este?! (Palmas.)
Eu queria dizer que o papel do Vereador é vir aqui, ouvir, encaminhar - o que muitos de nós faz com frequência -, e também fiscalizar o Executivo. Não pode uma Prefeitura terceirizar a saúde no Programa Saúde da Família para o qual, aliás, faltam medicamentos, faltam médicos, e tem filas enormes para atendimento. A contratação da Sollus, em 2007, com dispensa de licitação da própria Prefeitura, agora está sendo analisada pela Polícia Federal: foram nove milhões e meio desviados dos cofres da saúde, dos profissionais. Estão faltando 20 equipes da Saúde da Família em todos os bairros que estão aqui e também nos outros, que aqui não estão, mas que Câmara promoverá uma audiência também para debater. Nove milhões e meio desviados dos impostos pagos por todos que estão aqui e também dos que não estão! Esse valor poderia ser aplicado para melhorar a vida da população e, infelizmente, até agora, não se sabe no bolso, na cueca ou na meia de quem foi parar. É papel do Vereador fiscalizar, sim.
Por isso, eu venho aqui, e o nosso Ver. Pedro Ruas,
Líder da oposição, apresentou um documento para CPI, para investigar essa questão da saúde, e nós queremos que essa CPI saia do papel. Não
para o partido A, ou para o PSOL, que é o meu Partido, ou para o PT, ou para o
PMDB, ou para o PSDB; mas por respeito à população de Porto Alegre, que paga
impostos e tem o direito de saber para onde vai o dinheiro dos seus impostos
que não está na saúde, está na corrupção. Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Boa-noite,
Presidente; comunidade, funcionários da Prefeitura, funcionários da Câmara,
colegas Vereadores e Vereadoras, quero cumprimentar à Mesa pela realização
desta reunião.
Vou falar de três
pontos muito brevemente. O primeiro deles é que surgiu aqui um conjunto de
reclamações sobre o atraso das obras, a não presença dos Secretários e as
dificuldades nos serviços. E esse é um papel que eu entendo que cabe à Câmara,
sim, porque se nós examinarmos o cumprimento da Lei Orçamentária, é muito
precário. Por exemplo: nos últimos cinco anos, em nenhum ano chegou a ser
executado 40% do Orçamento. Quer dizer, o Governo promete e se compromete,
junto com a Câmara, executar um plano de investimentos, e nem 40% dele
acontece. É por isso que depois há tantas deficiências nos investimentos e nos
serviços que atingem a todos.
Em segundo lugar, eu
também quero ser solidário aqui às vilas ocupantes, às vilas assentadas nas
áreas da FEBEM, porque elas tiveram uma evolução e um reconhecimento, em
especial quando o companheiro Olívio foi Governador, pois ele reconheceu os
assentamentos e viabilizou a infraestrutura de água, esgoto e também iluminação
pública. Eu lembro muito, pelo menos da Vila Ecológica - está aqui o Irineu
que, como engenheiro do DMAE, foi uma das pessoas que realizou as obras - e
também da Vila Gaúcha, da Vila Prisma, que tiveram a implantação da energia e
da água. Por quê? Porque é um direito, sim, das famílias mais humildes de serem
assentadas e ter a infraestrutura de melhor qualidade. Portanto, nós não
aceitamos e não concordamos que agora venha o interesse da especulação
imobiliária querendo tomar conta e expulsar as famílias não se sabe para onde.
Porque essas pessoas que ali residem há 10, 20, 30, 40 anos, criaram suas famílias,
têm seus empregos e sua rotina, como a escola, o posto de saúde e tudo o mais.
Então, nós não aceitamos e vamos lutar, lado a lado, com as comunidades para
que essas vilas permaneçam onde estão. Até porque houve investimentos
importantes dos governos, tanto municipal como federal, nas obras de
infraestrutura.
Por último, a questão
da saúde, que é uma questão muito complicada - todo mundo sabe e acompanha as
deficiências: nós precisamos saber onde foram parar os nove milhões e meio de
reais desviados, porque enquanto esse dinheiro faltar nos postos de saúde,
faltar no HPS, faltar no Postão, está no bolso de alguém! Por isso nós estamos
exigindo uma CPI - já assinei o documento para a abertura da CPI - para que a
Câmara ajude a descobrir onde foi parar esse dinheiro, e que esse dinheiro seja
devolvido aos cofres públicos. Ninguém pode substituir a Câmara de Vereadores
nesse papel. Portanto, exijam dos Vereadores a assinatura para abertura da CPI.
Obrigado.
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Meu boa-noite
a todos os senhores e às senhoras, quero iniciar cumprimentando todas as
companheiras mulheres presentes, pois ontem, dia 8 de março, foi o Dia Mundial
da Luta das Mulheres. Na verdade, o Dia da Luta das Mulheres são os 365 dias do
ano, porque elas têm que enfrentar a dupla, a tripla jornada. Digo isso no
papel de Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que é um Partido de
oposição. Portanto, nós temos que trabalhar aqui, esta noite, também com um
olhar sobre os temas que foram trazidos para o debate. Quero dizer que, como
Câmara de Vereadores, a maioria dos temas trazidos aqui, nós já tratamos, já fizemos acordos, e vou relatar um a um. Quem é o responsável para
cumprir esses acordos é o Executivo. Quem é o Chefe do Executivo? O Prefeito
Fogaça.
Neste momento, o
Prefeito Fogaça diz que vai renunciar; se vai renunciar, eu sou um dos que
ficará frustrado, como oposição, porque ele não cumprirá todos os acordos
estabelecidos. Vou citar um a um. O Sr. Ademar, da comunidade do IPE, que está
com o despejo marcado para o dia 12 de abril, e tratamos, hoje, lá na CUTHAB; o
Sr. César, do Jardim Marabá, que presenciou um acordo com o Prefeito, de que o
Executivo mandaria o Projeto para a Câmara - não chegou até hoje; a Dona
Teresinha, da área da FASE, em Porto Alegre, que vai ser vendida pela
Governadora Yeda, onde estão todas aquelas comunidades. E poderia falar de
tantos outros, como o trazido pelo Lauro, aqui.
Portanto, Ademar, a
responsabilidade por aquele tema do IPE é da Governadora Yeda Crusius e do
Prefeito Fogaça. Já foi feita uma reunião com a comunidade e Vereadores para
tratar desse assunto e fazer com que o IPE apresente uma solução para que vocês
fiquem ali e, ao mesmo tempo, aqueles aposentados que lá investiram também
tenham solucionado esse problema, mas até agora nada foi feito.
Portanto, meu
Presidente Tessaro - cumprimentando-o pela Audiência – temos que levar essa
demanda, o Prefeito tem que responder a essas demandas! E quem é o Prefeito? É
o Sr. Fogaça. Eu não tenho dúvida nenhuma sobre isso.
Michael, quando você
traz aqui o tema do Postão da Cruzeiro, onde faltam medicamentos, faltam
médicos, a fila é grande, a reforma dos prédios tem que sair e não sai! Agora,
para discutirmos o Postão da Cruzeiro, temos de discutir a saúde. E eu, como
oposição, não posso aceitar que os 9 milhões 600 mil reais, que foram desviados
da saúde, não estejam na prestação de contas para fazermos essa discussão sobre
o Postão da Cruzeiro e Postos de Saúde da Família que faltam na Região! Este é
o debate. Quem é o responsável por isso? O Prefeito José Alberto Fogaça. Porque
nós, Legislativo, não fazemos as obras; nós construímos as leis, apresentamos a
realidade e temos de fazer o debate.
Eu acho que é nesta
proposta que devemos continuar, e a Câmara precisa apresentar este tema ao
Prefeito Fogaça para que ele responda à comunidade. Mas não podemos aceitar que
ele, simplesmente, agora, renuncie, vá embora e diga que está tudo bem. Não.
Não está tudo bem. Um grande abraço.
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Nilo Santos
está com a palavra.
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham,
primeiramente, é um prazer poder estar aqui. E esta aproximação com a
comunidade, Ver. Tessaro, com certeza, ajuda a esclarecer muitas dúvidas e faz
com que as pessoas também entendam que nem sempre são bem representadas pelos
líderes comunitários. Existem bons líderes comunitários, senhoras e senhores, e
existem também líderes comunitários – e eu falo isso, porque eu venho do morro
– que pensam no seu umbigo e que usam a comunidade para se promover
politicamente e manter o seu salário no final mês, bancado por algum Vereador
ou até mesmo por um Deputado.
É importante que a
comunidade entenda que nem todas as demandas que são discutidas dentro da
comunidade ou consideradas como necessárias lá na Vila ou na ponta do beco são
levadas até as Secretarias, também! Muita coisa é guardada para ser usada em um
momento destes aqui, que é um momento de aproximação, é um momento em que a
Câmara de Vereadores está sinalizando, está se abrindo para a comunidade, para
que as pessoas possam encaminhar as suas necessidades! É um momento de
celebração, é um momento para comemorarmos! Porque, quem ouve a fala de alguns
Vereadores aqui, parece que, no tempo do PT, no governo do PT, não havia
problemas! E havia problemas! Tanto que muitos desses problemas que, hoje,
terão de ser enfrentados – e não conseguimos enfrentar todos, ainda – vêm
daquele tempo! Muitos problemas são daquele tempo! A diferença é que o Governo
Fogaça não é do tipo que diz que sabe tudo e que só ele entende! Não. É um
Governo que reconhece que tem as suas deficiências, tem as suas falhas, sabe
que tem que avançar, tem que evoluir, para melhorar a qualidade de vida das
pessoas! Este é o entendimento do Prefeito Fogaça.
E quem ouve alguns
Vereadores falando aqui, parece que não conhece o Prefeito! Atacar um Governo
que foi reeleito, democraticamente?!
Senhoras e senhores,
o despejo na Intendente Azevedo, Ver. Comassetto...
Vereador Comassetto,
hoje, nós falamos sobre isso, eu sou Líder do PTB, na
Câmara, que é, sim, do Diretor do DEMHAB, e nós conversamos sobre isso, hoje,
lá, e me admira muito o Ver. Comassetto chegar a esta tribuna e se pronunciar,
aqui, como se nós não estivéssemos dando nenhum encaminhamento, ou se não
estivéssemos tomando cuidado e acompanhando o que está acontecendo.
Foi falado, ainda,
que esse despejo lá, hoje – hoje! -, é um despejo que depende muito mais de um
movimento e de uma pressão dos Vereadores para cima do Governo do Estado por
ser do IPE!
Ver. Comassetto,
quando o senhor fala, dá a impressão de que é o Prefeito Fogaça que está
despejando as pessoas da Intendente Azevedo, e o Prefeito Fogaça, na realidade,
vai ser um parceiro para ajudar a construir uma alternativa. É um parceiro para
ajudar a construir uma alternativa! Importante é que a comunidade não pegue
esse ranço e essa raiva que o Ver. Comassetto tem do Governo Fogaça, porque
isso não vai ajudar a construir nada! Absolutamente nada! Não é com raiva das
pessoas, e não é amaldiçoando o Prefeito que nós vamos conseguir conquistar uma
alternativa para resolver este problema.
Sr. Presidente, meu
tempo está terminando, Ver. Comassetto, mas os senhores falaram oito minutos,
preciso de mais dois minutinhos.
Então, sobre o
despejo na Intendente, eu quero que os senhores saibam que quem está lutando
por isso - eu lhe ouvi, Ver. Comassetto, eu lhe ouvi, me ouça, por favor -,
pela construção para uma alternativa para a solução desse problema do despejo
da Intendente Azevedo, passa, sim, por uma conversa com o DEMHAB, passa por uma
parceria com o DEMHAB. Todos os Vereadores aqui são favoráveis, e não é com
ranço, senhores, não é com ódio, não é com raiva que vamos construir isso,
porque não é o Prefeito Fogaça que está tirando os senhores de lá! Que isso
fique claro para a comunidade! Aquela área lá é do IPE, que é do Governo do Estado,
não é do Prefeito Fogaça! E falam, com raiva, como se tudo fosse culpa do
Fogaça! Mas não é assim que funciona.
Também quero dizer
que o seu Governo, Ver. Comassetto, o seu Governo, Verª Sofia Cavedon, o seu
Governo, Ver. Todeschini, o seu Governo despejou pessoas da área da Caixa
Econômica Federal, despejou famílias lá. A Polícia Federal passou lá com voos
rasantes sobre aquelas famílias com crianças e doentes, despejou aquelas
famílias, e foi este Governo que abraçou aquelas famílias, lá, e as protegeu
naquele momento.
Então, vamos com
calma; este Governo que está aí, o Governo Fogaça, não é perfeito, tem as suas
falhas, tem as suas fraquezas, mas nós estamos aqui exatamente para dizer que
somos parceiros para construir uma nova caminhada a partir de agora. Obrigado,
senhoras e senhores. (Palmas.)
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Adeli Sell
está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Colegas Vereadoras,
Vereadores, senhoras e senhores, nós temos circulado por esta região, e temos
visto os problemas que as senhoras e os senhores levantam, e estamos aqui
porque o nosso compromisso é com a Cidade. Por isso nós temos cobrado
atendimento da Saúde nos PSFs, e não toleramos que uma pessoa chegue às quatro
horas da manhã para ser atendida ao meio-dia, como tem sido o corrente nesta
região, inclusive no Postão. Isso é um grave problema.
Aqui nós temos
representantes do Governo, por isso nós falamos, e o Vereador é o fiscal da
coisa pública, mas também é um legislador, e, por isso, eu apresentei um
Projeto para que a gente possa, a partir da ampliação da Cruzeiro do Sul e da
Moab Caldas, fazer as edificações que são possíveis, e, para aquelas que não
são possíveis, que a gente garanta, como garantiu no Pisa – Projeto Integrado
Socioambiental - o bônus moradia.
O Projeto é meu, está
na Câmara, e eu espero que os meus colegas, inclusive os da situação, apoiem
esse Projeto, porque eu fiz este Projeto pensando no povo do Cristal, no povo
da Grande Cruzeiro, porque nós vamos ter a ampliação dessa grande avenida para
esperar a Copa do Mundo. Então que isso também sirva para gerar emprego e renda
para a população que mais precisa nesta região.
Também não posso
deixar de colocar aqui as dificuldades que nós estamos encontrando na
Administração, principalmente pelo abandono das pouquíssimas praças que há
nesta região, e também gostaria de referir, especialmente, a questão do lixo.
Eu, pessoalmente,
estou começando uma campanha em várias vilas e pequenas comunidades desta
região para que a gente, sim, cuide, mas a Prefeitura também tem que fazer a
sua parte. E, hoje, e a gente está vendo inúmeras e inúmeras falhas. Nós também
queremos resolver o problema das enchentes. Não adianta o DEP chegar e fazer
uma limpezinha nas bocas-de-lobo ou em alguns bueiros. É preciso fazer uma
limpeza de ponta a ponta, um jateamento, para que não aconteça que, nos becos,
com qualquer chuva, a água entre na casa das pessoas, e elas fiquem numa
situação tal que não consigam habitar aquele lugar.
Compromisso com a
Cidade é a nossa bandeira; preocupação com o povo. E Vereador da situação ou da
oposição tem que cobrar do Governo e ouvir as pessoas, cara a cara, como
estamos fazendo aqui. Falo pouco, porque estou aqui mais para ouvir a comunidade
e amanhã fazer todas as demandas junto a todas as Secretarias da Prefeitura de
Porto Alegre. Boa noite. (Palmas.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): o Ver. João Pancinha
está com a palavra.
O SR. JOÃO PANCINHA: Boa-noite a todos,
Presidente Tessaro, Vereadores e Vereadoras, porto-alegrenses daqui da Glória,
Vila Cruzeiro, Cristal, eu quero, primeiramente, saudar a iniciativa do Ver.
Tessaro, em conjunto com a Mesa Diretora, que proporciona este encontro dos
Vereadores numa Sessão Especial. Esta é uma Sessão oficial da Câmara de
Vereadores, esta é uma aproximação com a comunidade, e a primeira comunidade
escolhida foi esta – Glória, Cruzeiro e Cristal. Quero dizer que sempre
divulguei, sempre falei que Porto Alegre tem muitas leis - muitas leis! Muitas
delas não são cumpridas, porque não podem mesmo ser cumpridas; outras não o são
por falta de eficiência do Poder Executivo, mas a principal função do Vereador,
no meu entender, no meu ponto de vista, é fazer esta ligação da comunidade com
o Poder Executivo. E é isso que eu me proponho a fazer nesta noite, é isso que
os Vereadores que estão aqui se propuseram a fazer esta noite. Quero dizer que
anotei todas as demandas que foram solicitadas aqui, todas elas da maior
gravidade e do maior interesse desta comunidade, é obvio que o Vereador não tem
como saber todas demandas que acontecem na Cidade, assim como o Poder Executivo
não tem condições de saber tudo. Nós precisamos, sim, destes encontros. É nesse
sentido que eu e os demais Vereadores estamos aqui, e é nesse sentido que foi
proposto pelo Ver. Tessaro que viéssemos e fôssemos ouvintes das demandas,
fôssemos os interlocutores da comunidade junto ao Poder Executivo. Por isso
todas as demandas, respeitosamente, eu anotei, e vou fazer, assim como o Ver.
Adeli Sell e os demais Vereadores, os encaminhamentos ao Poder Executivo. Eu
não preciso dizer aqui que sou da situação ou da oposição, mas vou dizer que o
meu Partido é o PMDB, sou Líder do meu Partido na Câmara de Vereadores, que é,
sim, o mesmo Partido do Prefeito Fogaça, mas quero dizer que várias demandas
que estão aqui já vieram de tempos anteriores, mas isso não justifica, nós
temos que resolver as demandas daqui para frente. Quem olha para o retrovisor é
quem dirige o carro, nós não temos essa mania, e o Prefeito Fogaça também não a
tem. Então, vim mais para ouvir do que para falar. É claro que o Ver. Nilo,
muito eloquentemente, fez a defesa, porque merecia ser feita a defesa, uma vez
que, Presidente Tessaro, o acordo que nós fizemos – e a Câmara de Vereadores
também se rege por acordo entre as Bancadas – foi para que tenhamos um nível
excelente de contato e de trabalho. Nós fizemos um acordo no sentido de que
este momento aqui é para ouvir a comunidade e encaminhar as demandas ao Executivo.
Então, eu cumprirei o acordo e não farei deste palanque um palanque eleitoral.
Estou levando as demandas, o PMDB está levando as demandas para a Prefeitura, e
temos aqui vários agentes do Governo. Mesmo que eles não sejam Secretários,
eles têm a sua responsabilidade, porque representam o Secretário, senão aqui
não estariam. Então, quero dizer que saio daqui engrandecido pela participação
de vocês, e faço um apelo a todos para que divulguem esta Reunião, para que, na
próxima, tenhamos mais público, uma maior audiência. E faço um apelo: procurem
a Câmara de Vereadores e façam valer o seu voto, façam valer a finalidade de o
Vereador lá estar, ou seja, levar as demandas da comunidade até o Poder
Executivo, e assim podermos ter uma Porto Alegre muito melhor, que é o que
todos nós, Vereadores e comunidade, queremos. Muito obrigado, e parabéns pela
participação de todos. (Palmas.)
O SR. MESTRE
DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): O Ver. Nelcir
Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, está com a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Primeiramente,
queremos agradecer a todos os Vereadores que estiveram hoje aqui, às
assessorias, incansáveis na organização, à nossa TVCâmara, fazendo com que tudo
que foi falado seja gravado. Vamos fazer uma Ata e, como disse o Ver. Pancinha,
vamos encaminhá-la ao Executivo, porque esse tem que saber das reivindicações
que colhemos hoje aqui. Posteriormente, vamos fazer chegar às lideranças que
aqui se inscreveram – temos os nomes das associações - as respostas, porque nós
teremos que dar respostas, sim, à comunidade. Então, queremos agradecer, e, com
toda a certeza, tão logo venham dos Secretários Municipais da Prefeitura as
respostas, vamos encaminhá-las, sim, aos senhores e senhoras. Muito obrigado a
todos, uma boa noite. Agradecemos a todos que colaboraram com este evento.
(Palmas.)
(Encerra-se a Sessão às 21h08min.)
* * * * *